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Rinite Gestacional

A gestação traz diversas transformações, emocionais, corporais, de prioridades e preocupações, na rotina, na vida! Passar por elas faz parte desse processo singular, onde cada detalhe se torna fundamental e merece uma atenção especial!
Com certeza muitas futuras mamães nunca ouviram falar dessa tal de rinite ‘gestacional’, mas ela é a rinite de causa hormonal mais frequente, está sendo cada vez mais reconhecida e precisa ser tratada de forma adequada e segura, para evitar complicações, trazendo qualidade respiratória, conforto e tranquilidade às gestantes que a apresentam.
Seguem algumas orientações da nossa médica otorrino Dra. Lys Gondim:
‘Rinite’ é um termo utilizado na área da saúde para definir os casos de inflamação da mucosa nasal. É uma doença que pode ser aguda ou crônica, ter causas infecciosas (vírus e bactérias), alérgicas (pó / ácaro, alimentos, pólen, gramíneas, epitélio de animais, etc.) ou não-alérgicas (vasomotora, hormonal, alimentar, ocupacional, do esporte, por fatores emocionais, refluxo gastroesofágico, exposição a fumaça, poluição ambiental, produtos químicos, mudanças de temperatura, alimentos muito quentes ou condimentados (gustativa), induzida por drogas, medicamentosa, etc.), afetando pessoas de qualquer idade, dos bebês aos idosos, sendo de início mais frequente nas crianças e adolescentes.
A inflamação decorrente da rinite pode resultar em uma série de sintomas, podendo se caracterizar por espirros, coriza (secreção nasal), prurido (coceira) no nariz, olhos, ouvidos e garganta, lacrimejamento, além de obstrução nasal, tosse, epistaxe (sangramento nasal) e dispnéia (falta de ar), levando, em alguns casos mais severos, ao desencadeamento de crises de asma, além de aumentar os riscos para desenvolver quadros de rinossinusites e infecções de vias aéreas em geral.
Apesar da rinite de causa alérgica ser a doença respiratória crônica mais comum no mundo, observa-se uma tendência de aumento progressivo de outros fatores como causas das crises de rinite, sendo importante ter mais informações a respeito deles para que se possa prevenir, controlar e intervir de modo mais adequado, melhorando a qualidade de vida e respiratória das pessoas.
Em se tratando dos fatores hormonais, influências como alterações da glândula tireóide (hipo ou hipertireoidismo), puberdade, ciclo menstrual, menopausa e gestação estão associadas à rinite.
Das rinites hormonais a mais comum é a gestacional e é justamente sobre esse tema que vamos nos ater agora…
Muitas mulheres previamente saudáveis e que nunca tiveram crises de rinite antes podem apresentar seus primeiros sintomas durante a gravidez, iniciando-se em qualquer fase da gestação (geralmente no primeiro trimestre) e desaparecendo em torno de duas semanas após o parto. A obstrução nasal duradoura é o principal sintoma e causa bastante desconforto à futura mamãe.
Os estrógenos e o hormônio do crescimento placentário estão envolvidos na origem dos sintomas, sendo a severidade diretamente relacionada com a concentração desses hormônios no sangue. Nessa fase se observa uma diminuição da permeabilidade das narinas, com a mucosa nasal hiperemiada, edemaciada e congesta. Além da obstrução nasal, pela vasodilatação promovida pelas alterações hormonais e aumento do volume sanguíneo evidenciados nesse período, frequentemente também ocorrem episódios de epistaxes (sangramentos nasais). Quanto as complicações mais comuns desse processo, alguns estudos estimaram que as gestantes com rinite tem cerca de seis vezes mais chances de vir a desenvolver quadros de rinossinusites e 1/3 delas pode apresentar crises de asma associadas.
Na tentativa de aliviar os sintomas, muitas vezes as grávidas lançam mão, inadvertidamente, de remédios que podem gerar riscos ao feto e a sua própria saúde! Portanto, cuidado com a auto medicação!
A orientação terapêutica básica nos casos de rinite gestacional inicia-se com o controle ambiental, evitando os possíveis fatores desencadeantes das crises e através da indicação de lavagens e hidratação nasais através do uso de nebulizações, soluções e géis à base de soro fisiológico (com concentrações isotônicas ou hipertônicas), sempre com a orientação do seu médico.
Felizmente, na atualidade, além dessas medidas iniciais citadas, muitos outros medicamentos foram investigados e se tornaram opções seguras e eficazes na abordagem dos sintomas, sendo utilizados no tratamento da rinite gestacional.
Informar-se, prevenir-se e se cuidar, procurando o aconselhamento, avaliação e acompanhamento de um profissional de saúde de sua confiança é essencial nesse momento tão importante!

Postado em 8 de fevereiro de 2016.